Crescimento previsto de 1,5% na construção civil

Crescimento previsto de 1,5% na construção civil

Após um crescimento nacional impressionante de 6,9% no ano anterior, a indústria da construção civil agora representa 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e surpreendentes 17,7% do PIB do setor industrial. Esta ascensão notável em 2022 sucede um crescimento de 10% no segmento em 2021.

Para o corrente ano, as projeções apontam para uma estabilidade mais marcada: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) antecipa um aumento de 1,5%. “A construção civil vem de alguns bons anos, principalmente no pós-pandemia. Viemos de oito semestres seguidos de crescimento no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Se olharmos, também, o PIB da construção civil nos últimos dois anos, ele cresceu cerca de 17%, quase o dobro do PIB da economia nacional”, destaca Cláudio Teitelbaum, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS).

O Sinduscon opera em 350 municípios no Rio Grande do Sul, abrange 8 mil empresas associadas, responsáveis por gerar 800 mil empregos diretos e indiretos. A nível nacional, o setor criou mais de 190 mil novos postos de trabalho formais em 2022, um desempenho excepcional no mercado. O presidente enfatiza que é esperado um crescimento mais estável após períodos de alta no setor. “Entendemos que se não tivermos pequeno crescimento, pelo menos uma estabilidade no próximo ciclo da construção civil a gente terá”, afirma Teitelbaum. Ele destaca os programas nacionais anunciados pelo governo que prometem impulsionar o setor, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a revitalização do Minha Casa, Minha Vida.

“São duas áreas do setor que estavam um pouco adormecidas nos últimos ciclos e que vão voltar a receber robustos investimentos, segundo o anunciado”, diz o presidente do Sinduscon-RS. O PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão em obras e serviços no Brasil ao longo de quatro anos. Além desses projetos, os programas de Habitação de Interesse Social têm o potencial de impulsionar o mercado imobiliário, considerando que historicamente esse segmento já representou 60% da média nacional.

Apesar das perspectivas promissoras para a construção civil, alguns fatores causam preocupação no setor. Em 2023, o mercado imobiliário foi afetado pela alta taxa de juros brasileira, atualmente em 12,75%, o que resultou na retirada de investidores da caderneta de poupança. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) registrou uma perda de R$ 72 bilhões de janeiro a setembro deste ano. A poupança representa uma parte significativa dos investimentos na construção civil e, quando em baixa, prejudica o segmento.

Mesmo diante desses desafios, o setor permanece otimista quanto à redução da taxa Selic ainda este ano. Em um cenário de desaceleração da inflação, a CNI projeta que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) realizará mais dois cortes de 0,5 ponto percentual nas duas reuniões restantes do comitê neste ano, o que pode resultar em uma taxa de juros de 11,75% ao ano ao final de 2023.

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